Imagine ligar em um canal e ver um torneio de futebol com um nome. Logo depois, mude de emissora e veja que a mesma competição está sendo exibida, mas com outra nomenclatura. Não, você não estava sonhando nem ficando louco. Foi o fenômeno ocorrido entre julho e agosto de 1994 no Brasil.
As TVs Bandeirantes e Manchete exibiam um campeonato envolvendo os quatro grandes de São Paulo (Santos, Corinthians, Palmeiras e São Paulo) e mais quatro pequenos do Estado (Araçatuba, Novorizontino, Nacional e América de São José do Rio Preto), divididos em dois grupos. Os dois melhores de cada chave fariam a final.
A escolha dos times para a competição seguiu o seguinte critério: os seis primeiros do Paulistão daquele ano (Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos, América e Novorizontino) e os campeões da segunda e terceira divisões também daquela temporada (Araçatuba e Nacional, respectivamente).
Faltou coerência, no entanto, para o nome da competição. Quem sintonizasse na Bandeirantes, veria o Corinthians campeão da Copa Bandeirantes, na voz de Silvio Luiz. Já quem preferisse assistir à Manchete, com Osmar Santos, constataria que o Timão levantou a taça do Super Paulistão.
O que ficou bem definido nessa história é que o campeão Corinthians garantiu vaga na Copa do Brasil do ano seguinte. A propósito, o Timão acabou erguendo o troféu também deste torneio, mas esta é uma outra história.
Os dois jogos da final, realizados no Morumbi, aconteceram em um período tão curto que é impossível de se acreditar nos dias de hoje. Em 9 de agosto, o Corinthians bateu o Peixe por 6 a 3, enquanto o segundo jogo foi realizado no dia 11 e terminou empatado por 1 a 1.
Na partida decisiva, por sinal, o saudoso repórter Ely Coimbra, então na TV Bandeirantes e morto em 1998, acabou atropelado pelo carrinho-maca, equipamento novo naqueles tempos, o que causou brincadeiras até na transmissão da Manchete. Não foi nada grave. Bem menos do que um torneio ter dois nomes diferentes.